31/01/2024

criando sentido



Enfim é 2024. De jeitos muito opostos tenho me mexido pouquíssimo e dado saltos em direção a algumas coisas.

Esse ano acho que vou conseguir aprofundar mais no meu grande problema de não ver sentido em fazer coisas básicas de auto-cuidado e manutenção da vida. Nas minhas últimas sessões com a Aline, antes de o ano acabar, eu senti que estava caminhando pra uma boa evolução, uma virada de chave que ia me ajudar a descobrir "O grande monstro que me impede de me mexer". Só que o ano virou e quando voltei pras sessões de janeiro parece que tudo que caminhei voltou pra estaca zero. Eu travava nas mesmas horas da sessão, nas mesmas falas, na mesma tela branca. 

É uma frustração enorme ver essa merda de tela branca. Não conseguir chegar no porquê de eu muitas vezes não conseguir me obrigar a fazer coisas simples e que deveriam ser default no comportamento humano séc XXI como tomar banho, comer, limpar coisas, nada disso acende a luz na minha cabeça. Em teoria eu não deveria sentir que preciso me obrigar a isso, só fazer. Nem me obrigar nem muito menos ficar no ciclo "pensar-não fazer-julgar-seguir não fazendo" por décadas e sem previsão de fim. 

Bom, no que eu achava que seria mais uma sessão 2024 na estaca zero, eis que Aline me solta "Nem todas as pessoas nascem com sentido da vida, talvez você precise criar o seu". Uau, simplesmente uau. 
Nunca imaginei que meu caso não fosse ter peça faltando e sim só uma questão de coleção diferente. Sempre considerei uma falha gigantesca e inadmissível minha falta de motivação pra ser um ser humano minimamente funcional. Nunca entendi como era possível ir tão bem em outras coisas como relações interpessoais, performance como mão de obra e não conseguir fazer o mínimo do mínimo que é esperado de uma pessoa. 

Aparentemente, as engrenagens pra fazer o mínimo não são intrínsecas pra todo mundo e isso me parece libertador e maravilhoso. 

Claro que é um mistério como criar o diacho de sentido em cuidar do meu corpo e do ambiente a minha volta, até hoje não cheguei nisso, mas saber que não tô em falta me reconforta muito. É até difícil descrever textualmente esse "muito", faz eu me sentir gente. Me sentir com capacidade para.

Até conversei com a minha mãe sobre isso e ela concordou que eu, ela e meus dois tios tem o mesmo comportamento. Se ninguém colocar obrigações ou expectativas, a gente provavelmente viraria um caso de auto-negligência extremo. Não acho que isso tire a responsabilidade da gente ir atrás de melhorar, mas explica algumas coisas. 

Agora que sou uma pessoa que vai construir o sentido das coisas acho que muito vai mudar pra melhor, vamos ver.

Paralelo as pedras no meio do caminho da minha jornada psico-terapeutica, esse ano eu tenho algumas metas e tudo indica que vou arrasar a maioria delas.

No espaço de mais ou menos 20 dias defini que iria começar a procurar um apartamento pra me mudar e, veja só, encontrei um lugar que amei e estou revisando o contrato!!

Sinceramente, me mudar este ano com o salário que tenho não é a coisa mais indicada do mundo. Com a conta dos gatos, custos de vida e lazer deve me sobrar pouco mais de 150 reais por mês, o que fica bemmmm longe do ideal de guardar 10-15% do salário. Também não sei se vou receber uma promoção ainda em 2024, já que não acho que eu vá me esforçar pra isso como fiz em anos anteriores.

Apesar de não ser ideal, quero arriscar e viver esse sonho. Tenho o suficiente pra pagar um ano de vida sem salário com todos os custos futuros, então me sinto no direito de ir atrás desse querer.
É um mix de orgulho e sentimento de conquista de um lado e medo de estar fazendo uma grande bosta do outro. É bem difícil pra mim medir quando estou sendo uma pessoa paranoica com finanças e quando estou apenas usando o mínimo do bom-senso, as vezes faço os dois no mesmo dia.

Sei lá, to jogando pro universo, literalmente, pra que tudo dê certo e que os aprendizados por burrada que eu tenha que ter sejam light e não a montanha de desastre que tive que passar no Canadá. Sinto que já passei por tanto b.o que mereço esse tempo de calmaria com 1 (uminha) decisão semi-impulsiva, não é possível que não tenha crédito no meu nome 🥴.

Sobre o apartamento: é uma gracinha, num bairro que amei, 2 quadras do metrô linha Amarela (perfeitooo), com tudo em volta e há 15min de uber da Luisa, minha amiga mais próxima nesses tempos pós-faculdade e com os cães mais fofos de São Paulo.

Já salvei um milhão de ideias no pinterest e montei planilhas com ítens pra comprar, pro chá de casa nova (dividido em várias datas pra caber hahah), tenho até lista de convidados! 

Sinto que vai ser algo desafiador e que vai me mostrar como é se esforçar pra conseguir algo do jeito que se quer. Tenho certeza que não é fácil pro povo DIY fazer aquelas casas tudo personalizadas, quero ver até onde eu aguento kkkcry.

Essa é a maior novidade do meu ano, em especial desse começo, só que ainda tem mais.

Quero fazer aulas de espanhol, colocar aparelho, furar minha orelha, voltar a sair com pessoas com propósitos românticos (esse é o mais difícil hahah)... Enfim, muita coisa que envolve dinheiros e movimentos da minha parte.

Muita coisa mudou no meu trabalho e agora respondo pra um novo chefe, meu amigo, cuidando juntes da região latino-americana. Isso é uma porta enorme pra minha promoção vir, mas como eu disse antes, não tô numa fase de mostrar muito serviço. Na real, tô é sem um pingo de energia pra trabalhar o básico, imagine super-performar pros outros verem, deus me livre. Não é impossível, mas quero evitar criar expectativas quando não tô "fazendo por onde", é um papo futuro preu ter com meu novo chefe. Agora é só conservar energia e fazer o que dá k k.

Também tentei começar alguns novos hábitos de exercício, mas eles duraram 1 semana só, pelo jeito 🤡. Como dependo de outras pessoas me acompanhando dá uma complicada, já que minha amiga dupla de academia deu mau jeito no pescoço, mas vou tentar ir na aulinha de Yoga com o Gabriel essa semana igual fiz na anterior só pro meu engajamento não se perder tanto.

Quando eu me mudar pro novo apê vou perder todas as minhas fontes de atividade física e isso é uma parada que em algum momento tenho que parar pra pensar na solução. Minhas aulinhas de balé com a minha mãe, academia recém-começada com a Rafa e até a Yoga eventual com o Gabriel são todas atividades que ficam aqui no Ipiranga, todas essas pessoas ficam por aqui, então não dá pra transportar a companhia pro meu novo bairro. Bem, tô guardando esse problema numa gavetinha pra Cami do futuro. 

Ah é, além de tudo isso o Cuca acabou de fazer uma cirurgia pra extrair 5 dentes. Hoje mais cedo, inclusive. Preciso parar e analisar qual plano de convênio contratar pra esse velhinho, porque além de fazer 12 anos em setembro, o lance dos dentes me custou 7 mil reais logo em janeiro e não tô com muitas condições de repetir isso no futuro próximo. 
O Cuquinha passou tão bem 2023 que por um momento me iludi que tudo ia se estabilizar, mas o choque de realidade veio cedo, então preciso fazer minha parte e me espertar. É o que tem pra hoje, só espero que meu nenê tenha muitos anos mais junto comigo. 

É isso, preciso muito voltar a ter força pra escrever aqui. Me faz muita muita falta e meu emocional sente falta. Torcendo pra rolar, bora 2024.

06/01/2024

Metas, quereres e ano novo

 


Em construção mental. Por hora, só quero salvar o avanço da minha wishlist 2023.

Wishlist 2023 ✅ 55%


Calça cintura alta bege (alfaiataria ou baggy)

Passagens pra Viagem Canadá 2024

croppeds bem curtinhos

novas tatuagens

chinelo nuvem

Sugador clitoriano 1 ou 2

colocar aparelho

novas blusas do bowie 1 2 3

calça cropped Izanagi



Life Goals 2023  ✅ 66%


Conhecer a Nathi ♥ e viajar pro Rio 

ganhar um salário de 6k (baixou um cadinho, mas tá bão)

Viajar com Lui num feriado

Visitar o Matias em Portugal

Me filiar a alguma organização (coletivo/partido)

aprender um novo hobby

melhorar a postura

retomar contato hikaru

parar de consumir leite

fazer substituições ecológicas do dia a dia

cosméticos caseiros hidratantes, perfumes

retomar contato giully

06/05/2023

Nunca é pouca coisa, mas pelo menos agora é um montão de coisa boa

As coisas tão indo muito muito bem. E eu tava sentido que tava tudo muito muito bem, mas agora olhando pro branco do post me deu aflição de começar.

Medo de que? Confesso que me assusta sentir um aperto no peito nesse momento. O blog tem sido meu refúgio por tantos anos, literalmente mais de uma década. Sentir ansiedade de pensar em postar me parece um pouco desesperador, mas por agora vou passar por cima dessa sensação e afirmar que foi algo momentâneo e que não vai voltar. 

Sei lá, vai ver é efeito colateral de aniversário. Tava achando diferente demais nenhuma deprêzinha de niver. 

Bom, vamo lá. Ser apesar disso. Acima disso. 

Aconteceu muita muita muita muitamuitamuita coisa, é claro.

Dentre elas, mesmo antes da revolução que foi a viagem pra Porto-HolandaBarcelona-Algarve, assim mesmo, com os traços pra indicar os hiatos em que tive que trabalhar e perder anos de vitalidade (GASTANDO EM EUROS), muita coisa já tava cozinhando por aqui. 

Ainda não consegui decidir se minha nova psicóloga é muito boa ou se eu que tô numa fase de muita resolução e avanço de vida. 

Pausa.

Fast forward em 1h porque parei pra rever o blog e entrei num buraco de minhoca de memórias revendo retrospectiva, que foi pra lista de desejos, que foi pro MAL, que foi pro pinterest, deu ansiedade e voltou.

Depois das poucas sessões que fiz com o menino da fenomenologia (que pena que não durou, mas infelizmente só consigo pensar nele como "menino", talvez "migo", mas nunca psicólogo kkcry) passei a tentar falar menos "tenho ansiedade" ou "sou uma pessoa ansiosa" e atribuir a sensação a momentos. Só que agora eu menciono ansiedade com tanta frequência que não sei se ajudou muito... 

Bem, já faz um tempo que olhar o pinterest era algo que me causava desconforto. Desconforto esse que sei bem do que é feito, mas que segui e sigo empurrando pra baixo do tapete. 
Eu sei que não desenhar ou produzir nenhum tipo de arte não é o ideal pra mim. Desde a pandemia comecei a cavar o abismo entre mim e arte, tenho plena consciência disso e me encontro bem aí, na parte mais funda, sem escadinha.

E assim, eu sei. Eu sei eu sei eu sei e odeio que eu sei. Porque depois de tantos anos fazendo outras coisas, descobrindo e aperfeiçoando partes de mim que importam e me inserindo em espaços que também fazem sentido além da arte, sinto que enferrujei e isso acaba comigo. 

Então afundo a cabeça na areia, daí surge o pinterest cheio de coisas que combinam comigo e eu sofro.

Sabe, em Barcelona conheci o Jacob, um professor de arte austríaco. E conversei com ele fingindo que os nossos mundos ainda eram parecidos, que eu vivia a mesma coisa que ele. Só que era Cami de 5 anos atrás falando com ele, costurando retalhos de vida atual pra tentar não acabar com a fantasia. 

Por ter tido frustrações com o meio "ilustrador/artista/designer" aqui em sp nos últimos anos acabei me afastando propositalmente dessas pessoas e, sem esse "incentivo", acabou que me afastei das coisas boas também e demorei a perceber que fazia falta. 

Agora que tem um buraco enorme, evito olhar muito pra ele. Fecho o pinterest e volto a escrever. Hahaha.

A parte boa é que isso vai mudar. Esse ano, que parece estar finalmente começando, eu e Nathi vamos fazer A Retomada . Tô confiante e esperançoso. Vai rolar.

----

Fora isso, tem mais várias pautas na agenda. Claro que a maioria delas não vai sequer beirar o post, porque já tô cansando e mal comecei a falar da viagem... Ai ai.

Consegui um novo emprego. IHU, senhoras e senhores.

Depois de prometer a mim mesmo que eu sairia da empresa até abril e passar por uma frustração de, não só não sair antes de abril, mas também viajar trabalhando 2/3 do tempo e FAZER ENTREVISTAS também nesse meio tempo, finalmente a glória veio. 

Na moralzinha, não é lá tuuuudo que criei na minha mente. Meu convênio médico agora vai ter coparticipação (esperava mais, dona Gympass), meu salário não vai aumentar drasticamente, nem os benefícios, mas sabe o que? Foda-se, eu tô MUITO FELIZ. 
Eu almejo essa vaga há mais de ano, é meu primeiro degrau. E se tem algo que sei fazer bem, é ralar pra subir escada corporativa em tempo recorde. Então assim, só alegria.

Depois da dissociação que foi o período pré-viagem, em que não consegui sequer pensar ou contar pra minha psicóloga que eu ia viajar, porque o desgosto de ter que trabalhar era tanto que não dava nem pra pensar em planejar nada, agora é tempo de festa, orgulho e respiro.

Terça-feira vou ter a famosa conversa com minha chefe (e meu ex-chefe) e ver até quando trabalho. Minha data pra começar na vaga é só em junho, então minha ideia é tentar pegar pelo menos 2 semanas de descanso. Duas semanas tal qual o tempo de férias que me foi negado, olha só como o mundo dá voltas, menine. ✨ 

Pois é, o trampo veio, agora é seguir riscando os itens da listinha de desejos. Daqui pra cima.

-------

Cansei já. 

Queria que o post se materializasse diante de mim, prontinho haha.

Como não é o caso, vou tentar fazer um apanhadão pra finalizar e dormir (aham, sei).

-------

Primeiro, deixo aqui documentado que, no período de 20/04 a 23/04, eu fui a pessoa mais gostosa e desejada de Barcelona. Não sou eu que decido, é a voz (e as encaradas) do povo. 

Sério, além de toda arquitetura de tirar o ar, aquela cidade me deu a confiança de milhões que nunca existiu em mim. 

Lá o padrão é encarar. Encarar se acha bonito, feio, esquisito, se tá tentando decidir o que achar. É a norma. 
Como uma pessoa não binária bem longe de casa, no começo foi meio assustador. Mas pagando caro e com cada minuto sendo um minuto a menos da minha viagem, graças a deus meu cérebro criou o interruptor "grande goxxxtosa" e deixou colado com fita isolante até o embarque de volta pro Porto. 

E quando as pessoas falam "ai, quando você se sente bem, os outros também te veem desse jeito". E ESSA MERDA É VERDADE, SABE???!!! Assim, acho uma palhaçada que uma frase trouxa dessas seja verdade, mas... realmente kkkkkkcry.

Saímos 2 vezes a noite e, cara foi incrível. Nunca me senti uma pessoa desejável. Sequer é algo que me passa na cabeça, afinal o espectro ace tira muito da minha percepção nesse quesito. Mas, sério, foi surreal. 
Fiquei com um monte de gente, o que, com certeza confirma que "quantidade ≠ qualidade", mas peneirando pra focar nas partes positivas, foi algo importante pra me ajudar a entender que, sim eu posso e quero me relacionar de novo.

Óbvio também que a única pessoa com quem fiquei e gostei foi também a ÚNICA que não peguei nenhum contato e ficará pra sempre assombrando a minha memória com tudo que a gente poderia ter tido (amo a ideia de você, Edward, na minha cabeça você é o único norte-americano branco que presta KKKKKK). Mas tirando isso, ter experimentado depois de tantos anos toque e troca foi importante.

Já faz um tempo que me enrolo no bumble e fico evitando todos os possíveis "sim" e essas experiências me fortaleceram pra olhar pra situação aqui em casa e pensar "acho que agora vai" hahaha.  

Ainda tenho algumas coisinhas pra fazer antes de cavar tempo pra encontros e beijinhos, mas agora parece bem menos distante. Progresso.

Confesso que ainda tô um pouco insuportável pensando "ain mas eu queria mesmo uma boquinha estrangeira hihihi", mas logo eu paro de graça.

Até porque, antes de mais nada ainda tem bastante coisa preu resolver antes de andar com isso.

Tem emprego, aparelho, tirar os sisos, ver se vou me mudar ou não esse ano, começar a fazer exercício, desfazer minha mala e tentar ser um ser humano funcional dentro de casa... Só pra listar algumas coisinhas básicas e de curtíssimo prazo. 
O brilho nos olhos vai já desaparecendo, vê? 🫠🫠🫠

Pois é.

--------

Agora, sobre sair de casa.
Pra encerrar também, porque tô cansadim.

Não é de hoje que minha casa tem se tornado um local de anulação ao invés de conforto. Eu e minha mãe infelizmente temos o mesmo mau hábito de se esvair e passivamente se acostumar às condições ruins que possam aparecer. A gente só... deixa ir. E isso é um atraso de vida que não posso me permitir ter. 

Antes tava claro pra mim que a solução era sair daqui pra resolver. Agora, depois de 3 (só três!) meses de terapia com a Aline, comecei a me questionar se não seria possível e imensamente realizador transformar a situação aqui de casa pra melhor e voltar a cultivar a relação com a minha mãe, que foi ficando soterrada por todos os problemas externos que anulavam e anulam a gente.

E putz, como isso é difícil! Porque parece algo ótimo, mas o trabalho emocional e físico que isso envolveria é enorme. E mudar seria mais simples, porém, todavia, entretanto... Enfim, um dilema.

É uma escolha que não tava visível e que agora complicou tudo, haha. 

As coisas podem ser boas dos dois jeitos. Eu posso, em teoria, dar uma melhorada na vida atual antes de me mudar. Só que pra isso preciso me mexer. E tá difícil.

Infelizmente a viagem não teve efeito nesse ponto. Voltei e continuo virando parte da mobília aqui em casa. Deixando pra amanhã a tarefa, o cozinhar, o arrumar, o "vamos chamar alguém pra consertar o filtro?". 

Sair dessa inércia é um dos grandes desafios dos quais tenho me esquivado nos últimos anos. Me escondi muito bem atrás da faculdade e das dificuldades no trabalho, sobrecarregando minha mãe no meio do processo. 

Sei que não dá mais, mas não quero sair da cama quentinha da autocomiseração. É foda. Espero conseguir me mexer.

-------

Adoro que consegui fazer um 180º de várias pautas boas e felizes pra um dilema que me come o sono, bem na hora de terminar o post. 

Incrível, um talento eu diria haha.

Pra não ficar tão pesado, colo com lantejoulas a experiência catártica que foi assistir Moonage Daydream durante o voô de volta pra casa.

Como é sempre um acontecimento pra mim assistir filmes estando só, tenho aproveitado as poucas viagens longas que fiz pra preencher esse vácuo. 

Moonage Daydream foi muito mais do que eu poderia esperar. Queria muito ter tido a chance de assistir em algo maior e mais imersivo do que a telinha minúscula do assento do avião, mas mesmo isso não diminuiu o impacto.

Dependendo do dia e se durar muito, pensar no David ainda dói. Agora mesmo, no meio tempo de pesquisar um pouquinho já me faz segurar lágrimas e uma tristeza que não tem cabimento e nem fim. 

Por isso, acabo ironicamente me afastando de consumir muita coisa de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Dessa vez arrisquei e fui ver o filme pra me distrair do moço que tava do meu lado, que era do tipo homem de meia-idade legal/chato que é bem intencionado, mas fala demais e cansa.

Foi maravilhoso. Fazia pelo menos 5 anos que eu não via um vídeo dele, então assistir a 2 horas de colcha de retalhos entre passado e presente-passado-vivo foi... Muita coisa. 

Fico feliz de ter tido a oportunidade.
Essas coisas que a gente não sabia que tava precisando, bem assim. 

É com essa sensação de aperto bom no peito que quero terminar.

Aparentemente, todo tempo do mundo pode passar, mas quem conduz o meu barquinho salva vidas é um homem-alien-entidade com uma das pupilas maior que a outra. 

Que bom.