03/05/2016

-365 igual sempre


[[[[ Preciso falar sobre o fato de eu não conseguir colocar nenhuma foto do David aqui sem ter vontade de começar a chorar? Acho que é uma coisa normal, mas não sei... As vezes fico pensando nisso. Na maior parte do tempo não penso nisso e fico bem, mas quando escuto alguma música, ou alguém comenta sobre ele me dá um aperto tão tão grande e chorar parece tão certo. Só que não dá né? Ficar chorando na frente das  pessoas que certamente não vão entender, é bem complicado.
Esses dias mesmo, minha tia numa atitude mega carinhosa fez canecas pra gente (eu, ela e minha mãe) com fotos dele, porque a gente é apaixonada por ele. Elas por ele em Labirinto e eu por esse e todos os demais momentos e segundos de vida. Foi super fofo, sabe? Só que não consegui esboçar coisa alguma quando ela me deu a caneca. Na verdade, nem quando ela comentou que tinha mandado fazer fiquei muito animada.
Hoje a caneca tá aqui, dentro da caixa, sendo que não consigo nem encarar por muito tempo ou pensar nela que já me entristece. Não tô muito preparada pra essas coisas ainda.
É esquisito porque vivo colocando ele como  wallpaper no celular e vestindo minhas blusas dele, só que isso não me machuca tanto, não sei porque. Acho que é a impessoalidade da rotina e do cotidiano. Não me afeta, são só homenagens. Bem, esse é um assunto totalmente desconexo do post em si, só senti que precisava deixar isso claro pra mim mesma. Venho sentindo essa angústia a um tempo e não tinha coragem de olhar de frente pra todo esse cenário esquisito de memórias e dor. Enfim, retomando ~ ]]]]



AAAAAAAH, tocar lana del rey justo na hora de escrever sobre dramas é quase ligar o botão de melancolia e colar com fita isolante pra não sair do lugar. Odeio chorar de madrugada, me sinto tão sozinha e impotente. Ai que saco, não tava planejando isso, ainda preciso trabalhar depois de escrever.


Resolvi meu problema com o choro. Acredito com todas as minhas forças que o Tyler é tipo o carinha de Deus, sério. Não sei nem se ele acredita em deus ou não, mas olha acho que é uma das pessoas que mais propaga mensagens capazes de mudar vidas da atualidade. Amorzão.

Então, sobre o aniversário. É um monte de coisas, isso de ficar mais velho. Primeiro porque é só um dia simbólico pra falar que mais um ano se passou com você provavelmente falando "nossa como o tempo passa rápido, já estamos perto do natal" toda vez e não se lembrando de um número razoável de realizações nesse meio tempo vivido. Pra mim é bem apavorante porque tenho aflição de envelhecer já que morrer não é um tópico tranquilo na minha lista de pensamentos. Além disso, que imagino ser um conflito constante de quase todo ser vivo, tem também a questão da simbologia dos dezoito em si.
Tem aquela besteira da maioridade, que não representa de modo algum a realidade já que tem gente (besta) como eu que tem psicologicamente anos a mais e já tá pra lá de acima da maioridade antes mesmo de pensarem em me colocar nessa caixinha. E por outro lado tem os que passam a vida inteira sem ter a menor noção do que é, de fato, ser um adulto ou, no mínimo, um ser humano decente.
Então essa é uma coisa que me incomoda um pouquinho, porque sempre tive um monte de portas fechadas na minha cara por não ter "idade" o suficiente. Agora que vão começar a me aceitar, mesmo olhando de cima pra baixo pensando em como não sou "a cara da maturidade" me irrita pensar que vão me avaliar por isso. Nunca me nivelei por uma coisa dessas e deixar passar que essa é minha chave pra certas coisas me magoa, já que é falso e superficial.

Outra coisa que é meio frescurinha, mas ainda assim está lá no cantinho da mente enchendo o saco é que vou ter que aprender a dirigir. O negócio é: Eu. Tenho. Muito. Medo. Simples assim.
Claro que não é aquela coisa desesperada tipo "deu dia 6 já vai na autoescola fazer a matrícula", minha família é bem tranquila, mas me sinto na obrigação de aprender o quanto antes porque sei que eles precisam disso.
Já somos poucos, só seis pessoas sendo que quatro não dirigem e uma é um motorista esporádico pra fins familiares. Fica tudo nas costas do meu avô e putaqueopariu ele vai fazer oitenta anos e dirige pra todo canto pra levar minha avó pras aulas dela, fazer mercado, visitar a gente (eu/mãe/tia). Meu, é coisa demais. Sem falar que ele já me falou que tá com dificuldade de dirigir a noite. Adivinha que horário eles voltam pra casa das visitas quando vêm aqui? E que horas nos levam de volta quando vamos visitá-los? Pois é, sempre de noite.
Isso me preocupa tanto tanto taaaaaanto que chego a ficar desesperada mesmo agora, que não tenho como ajudar em nada. Sei que ninguém vai me pressionar, mas já tem toda essa carga no ar... Preciso cuidar deles urgentemente.
Meu tio é querido e bom no fundo, mas o exterior das ações dele é de um adolescente mimado o que não ajuda muito no dia-a-dia, então, preciso eu fazer as coisas, certo? Certo.
Acho que quando tirar carta vou começar a morar metade da semana na casa deles. 
O problema é que, como eu disse, tenho medo de dirigir. Primeiro porque sou muito perdida e não tenho senso nenhum de direção e segundo porque tenho esse receio inexplicável e infundado de pegar num volante. 
Falam que a gente sempre tem aqueles sonhos em que está num carro sem direção, né? Bem, já tive dois desses e sobrevivi neles, o que é impressionante considerando que morro em 98% dos meus sonhos, só que ainda assim não me serviu de apoio nenhum. Sei lá, acho que meu problema são os outros carros. Vejo as pessoas tão agressivas e rudes que me assusta pensar que vou disputar espaço e velocidade com elas em um veículo que ocupa um espação e ainda levando gente junto comigo. Meu, é aterrorizante...

Pausa para um bordado que faz a gente chorar:

É né? BAM

Voltando. Agora, vamos ter pensamentos racionais, quais são, afinal, os pontos positivos e negativos de se fazer aniversário. Nem tudo tem que ser hum horror completo. Mentira. Ou não.

1 - Posso acompanhar tranquilamente se eu estiver afim o Tomate nas baladas dele, o que é bem legal de se considerar porque, acho meio idiota isso de fazer identidade falsa. Sem falar que baladas gays são 10.

2 - Apesar de ter medo, vou poder ajudar meus avós lindos maravilhosos dirigindo pra eles, o que é ótimo. Além disso é uma coisa boa superar algo que dá medo.

3 - Acabaram meus pontos positivos no momento... Quem sabe mais tarde lembro de outras vantagens.

Acho melhor não falar dos negativos. Já estão todos bem vívidos na minha cabeça, não me parece útil reforçá-los aqui.
Bem, só não quero me sentir mais perdida. Não que seja assim o tempo todo. Mas é aquela coisa, sempre vai ter gente melhor que você fazendo qualquer coisa. Mais jovem que você. Mais viva que você. Só preciso lidar com isso e acaba ficando mais difícil perto dessas datas.

Um texto amorzinho encontrado por acaso: aqui


Sei lá. Hoje mesmo estavam conversando num programa sobre depressão etc e tal. Que em 2030 será a doença mais comum do mundo e, gente achei que esse já era o quadro atual, sinceramente. Tá todo mundo tão desgastado e ferido por dentro. Tão calado, costurando em silêncio seus rasgos ou então aumentando e aprofundando-os com as próprias mãos sem perceber. Sei lá. Estamos todos doentes. Não sei se algum dia não fomos assim.
A parte boa é que somos doentes com várias mortes, a meu ver. É um quadro cíclico. Como um doente que tem aquela melhora e vigor antes de falecer, temos isso várias e várias vezes. Nossos momentos alegres, fases positivas e efervescentes. Pra depois afundar, outra vez. E fica nisso, até não voltar mais. É bom, de certa forma. A ideia de renascer é agradável, reconfortante. Só não sana todos os problemas. Mas nada o faz, então...


Nenhum comentário:

Postar um comentário