Tropeçando

As coisas continuam indo. Só não sei se eu tô acompanhando bem.
Tá foda fazer coisas produtivas. Eu quero que chegue a fase de finalmente eu ter um empreguinho com estágio mal pago, estudando num curso Ok™ e sem tempo pra ficar de draminha sobre o que eu tô fazendo da minha vida.
Só quero a zona de conforto da mediocridade. É bizarro pensar que há 2 anos atrás fugir dela foi o que me levou a ir pro Canadá.
Vendo onde essa tentativa de libertação me levou dá pra entender porque quero voltar ao convencional.
Pelo menos se der merda no mediano as coisas ainda tem uma base. Eu acho.

Tô numa piração com dinheiro. Minha Cintiq tá saindo uma facada no peito e na conta bancária que sequer tem fundos.
Odeio fazer dívida nas costas da minha mãe. Que saco.
Só quero sair desse limbo de gastos e começar a juntar a porra do meu dinheiro. Não sobra nada.

Comecei um trabalho com o Luís, meu ex-professor do técnico. Tá ótimo, vai me manter ocupada, tendo aula grátis e ainda faturo um lanchinho com direito a convívio social. A grana vai toda pra pagar a cintiq.

Vou trabalhar num evento de novo. Dez grandes dias, também é bom pra me tirar dessa apatia que é ficar em casa. Quero rever todo mundo, saudades de ser parte da massa operária. É estranho, mas é verdade.
A grana? Vai toda pra pagar a cintiq.

Sinceramente, conseguir se sustentar nesse país beira o impossível. A cada nova tentativa de estipular um plano de independência me afundo mais. Tá foda.

Por isso eu quero o esquema Estágio+Faculdade. Vai me tirar minimamente do desespero de não ter nada e me ajudar a pelo menos ter uns centavos na poupança. Preu fingir que algum dia vai dar pra brincar de casinha.

Enfim, né. Tá tudo bem, mas hoje eu não tô no clima de ficar bem.