Essa imagem é EXATAMENTE como eu me sinto. Gente, deu até um negócio. Eu sou esse telhado, a chuva forte que cai e estremece tudo, as árvores fininhas, com suas folhas pingando e os galhos tremendo com o vento. Sou eu.
Estou doente.
Hoje e agora é só isso que minha mente consegue processar.
Há dias quero escrever aqui, colocar tantas das minhas angústias pra fora, mas agora o meu desconforto é tanto que sequer tenho capacidade de pensar no mal emocional. Aqui o lance é físico mesmo. E olha, é uma merda.
Não me lembro quando foi a última vez em que fiquei doente. Dessa vez me veio a reflexão com relação a idade.
Será que quando a gente fica velho todos os dias são assim? Dores que te tomam todo o corpo e um cansaço que paira sobre todo o teu dia, te impedindo de genuinamente estar presente naquilo que está acontecendo.
Espero que não, mas foi uma questão que me apavorou, é uma sensação horrível e pensar que isso pode ser uma constante, minha nossa.
Mais uma vez, lembrando de como eu tenho uma vida privilegiada em praticamente todos os sentidos possíveis. Sei que não se pode invalidar os sentimentos e problemas de cada um, mas sabe, eu tenho tanta colher de chá na vida que me sinto ainda mais exasperada em fazer algo bom dela. De mim.
Tenho vestibular no sábado. Depois de uma saída com meus padrinhos resolvi ir atrás de programas de bolsa em faculdades que eu julgava impossíveis pelos preços da mensalidade. Atrasei dois meses nessa busca, todos os prazos já foram, agora é só esperar algo pro segundo semestre de 2019.
Não sei o que é pior: ir pruma faculdade pra qual meramente tenho fundos, ou mofar em casa pra tentar (veja bem, sequer é garantido) uma bolsa só pra daqui meio ano.
Claro, tem o lance de trabalhar etc, mas né, se não tá acontecendo agora eu não conto, já canso de viver minhas idealizações mentais diariamente e até agora não me levou a nada concreto.
É foda, nada tá bom.
Pior que agora nem meu corpo tá bom, coitado.
Agora uma pauta mais felizinha, pra minimizar todo esse entulho da minha vida: voltei a ler.
Faz muito tempo que não reparo que parei de ler. Lembro de me incomodar com isso quando ainda estava no Canadá, mas me justificar "por não ter tempo" sendo que ha ha, eu tinha todo tempo do mundo considerando tamanha isolação na qual me enfiei.
Bem, agora de volta e com minha querida estante percebi o limbo em que estava e, bem, resolvi retomar essa terapia ocupacional.
Recomecei a ler Beautiful Music for Ugly Children, que eu adoraria dizer que é incrível, mas não é. Pelo menos, não na fase em que estou.
É um bom livro, mas ainda que o personagem principal seja extremamente parecido comigo e o modo como a transsexualidade é abordada seja muito bem feita, não tocou meu coração como eu esperava.
Fiz uma compra de 5 livros num adiantamento de natal pra mim. Aquela coisa YA bem bonitinha, acho que esse gênero me atrai porque tem tudo a ver com as minhas próprias fantasias platônicas de vida. Sabe-se lá até quando vou gostar de livro pra adolescente. Foda-se também, o que me faz bem deve entrar e pronto.
Voltei com as webcomics também.
É um pouco irônico porque o Kal foi uma das pouquíssimas pessoas que também gostava disso, inclusive ficou super animado e me recomendou Sakana (que é muito bom mesmo, valeu toda a desgraça pra isso -ou quase-) e ao retomar fiquei com um pouco de receio de ser um gatilho pra lembrar das coisas ruins.
A cada dia acho que vou me fortalecendo com relação a tudo que aconteceu, mas ainda me surpreende como me marcou. Sequer consigo escutar The Killers, porque alguém me fez o favor de cantar isso todas as fucking vezes em que iamos num karaoke. Aliás, até isso de karaoke pqp.
Enfim, as coisas tão mais ou menos. Sempre pode piorar, então não vou reclamar 100% do estado atual.
Me sinto fisicamente uma porcaria, mas vai passar. Pensamento relativamente positivo.
Quando eu parar de sentir cada centímetro do meu corpo eu volto.
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