08/12/2018
Inferno habitacional
Odeio morar aqui.
Puta merda. Tem vezes que eu esqueço como é horrível, mas olha é foda.
Acabei de escutar em tom arrogante que "ninguém deve nada a população negra porque história acontece pra gente saber e não fazer mais. Assim como fizeram errado os cristãos, os egípcios, os nazistas, ficou no passado, as pessoas de hoje não devem nada a ninguém."
Puta que pariu.
Eu me tranco no quarto pra não ter que conviver e, pelo amor, isso não é viver. Me sinto sufocada.
Todo dia me pego procurando um modo de sair daqui.
Lendo artigos sobre imigração para países diversos, orçando aluguel de apartamentos e quartos, procurando informações sobre salários e fazendo cálculos pra ver se eu seria capaz de arcar com uma vida solo.
Sei que é um momento em que tá todo mundo meio coletivamente sofrendo do mesmo anseio por independência, mas me pego realmente avaliando se é algo palpável.
A resposta é complicada.
De um lado, se eu conseguir um emprego que me permita morar fora, não tenho como juntar pra viajar e assim fico com um sonho em detrimento do outro, o que parece triste é frustrante, mas não sei até que ponto meus planos anteriores eram utópicos é realmente nunca foram feitos pra serem postos em prática.
É tudo tão vago.
Sérgio diz que toda ação vem do movimento causado por desejo ou angústia. Um dos dois deve ser forte o suficiente pra que provoque o ser a se mexer. Sinto que estou quase num momento de ignição graças a fusão desses dois em nome de mudanças que me coloquem no controle.
Voltando a escrever depois de constatar que, de fato, é impossível pagar minha faculdade e morar sozinha ao mesmo tempo. Aí está minha resposta.
Tenho obrigação de aguentar isso por pelo menos mais 4 anos.
Nice.
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