Comprei um par de all stars preto.
Parece irrelevante, mas foi um pequeno ato de subversão da minha parte.
Desde que cheguei minhas roupas foram praticamente escolhidas pela minha mãe. Foi como voltar no tempo.
Eu tinha deixado grande parte das coisas pra trás por não caber na mala, mas ao invés de ir atrás de um novo guarda roupa, cá estava o que acreditaram ser "o que eu vestiria". Me senti suprimido, essa é a palavra. No começo, ok, foi um gesto fofo e atencioso. Mas agora é uma questão que me faz querer desmarcar compromissos só por não querer sair de casa porque sinto como se só tivesse fantasias. Nada daquilo sou eu agora.
O Sérgio me disse que agora meu processo terapêutico tá numa fase de me tirar dos escombros e finalmente ouvir o que tenho a dizer, o que meu eu lírico enquanto sujeito tem a dizer depois de décadas soterrado.
Preciso das coisas do meu jeito. Agora. Uma pessoa diferente, com necessidades diferentes e uma demanda diferente a ser colocada pra fora no meu modo de vestir e me comportar. Pois é, tudo isso começou com um tênis.
Quero comprar minhas próprias coisas de novo. Regredi ao estágio de "usar pra não magoar" e isso não só me soterra como também ilude quem está a minha volta.
De qualquer forma, esse nem era o assunto que eu queria tratar aqui.
Estou de férias.
Com isso, comecei a por em prática meu plano de reinserção social e comecei a assistir séries.
10 pontos pra lufa lufa.
Me apaixonei por Please Like Me e apesar de sequer ter chegado a última temporada já estou apreensivo com o fim. É demais. Agora eu quero visitar a Austrália.
Aliás, desde que cheguei aqui a cada dia é uma nova vontade de visitar lugares que jamais pensei. Sempre fui apática com relação a viajar. Nunca tive vontade de sair por aí, descobrir o mundo, ter novas experiências, "Comer, rezar e amar" bla bla bla.
Agora fico fazendo cálculos de quantas parcelas seriam necessárias pra pagar viagens que descobri serem sonhos latentes.
É engraçado, porque agora tenho prioridades típicas de gente da minha idade. Pelo menos em alguma coisa eu tô em sintonia né?
Não sei até que ponto é bom, já que são ambições pras quais eu não disponho condição alguma de alcançar a curto prazo. Quem sabe quando eu for um profissional de sucesso™ Hahah.
Só rindo mesmo.
Ai ai, como diria o Thomas estou na minha quarter-life crisis, mas relativamente estável. Vamos que vamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário