13/02/2020

Eu vou fazer 22 anos, caralho.



A idade chega pra todos, as conquistas também, só demoram mais do que a gente imagina.

Faz quase um ano que não posto nada por aqui, mas descobri nas notas do meu celular um texto que deveria ter sido publicado em agosto do ano passado.

Foi importante reler aquele desabafo, porque hoje pra falar do meu presente, me dei conta de como eu tô num momento incrivelmente melhor do que antes.

Eu tava esgotado em agosto. As pessoas estavam sendo mandadas embora da minha empresa, meu desempenho na faculdade tava uma zona e apesar de na esfera pessoal eu ter conquistado várias coisas meu nível de satisfação tava baixíssimo.

Ano passado consegui falar com vários amigos sobre minha não binariedade. Foi ótimo. Tá sendo.

Atualmente minhas sessões com o Sérgio tem sido cada vez mais acaloradas. Estou numa fase de posicionamento frente ao mundo, muito mais do que desenvolvimento.

Antes eu buscava quem eu era, comecei o ano tendo como exercício mental descobrir quais eram os meus hobbies (eu habitava um ser estranho e sequer me preocupava em saber do que era composto) ; hoje a tarefa é afirmar tudo que sou no mundo.
É uma diferença gritante.

Estou bem de uma forma diferente. Não estou com as coisas todas em ordem, mas me sinto fortalecido para ordená-las.

Caralho, né?

Será que são os vinte e dois (preciso escrever por extenso pra cair a ficha) ou os alinhamentos em Aquário que tão me dando essa energia revolucionária?

Seja como for, espero que siga assim.

Apesar de não ter mudado muita coisa fora de mim, construí várias certezas ao longo desse período longe do blog.

Decidi priorizar a cirurgia masculinizadora do tórax a juntar pra mudança pro Canadá.
Esse era um dilema pra mim, ao mesmo tempo em que tenho consciência da enorme quantia que eu e o Gabriel precisamos ter até nos mudarmos, a necessidade de fazer a cirurgia vinha crescendo muito.

Antes o que me prendia as rédeas era o medo de lidar com os resultados ainda no Brasil, no círculo social de conhecidos que eu teria de ver lidar com a minha verdade.
Só que cheguei num momento de fortalecimento tal que pouco me importa o mundo, minha realização ofusca todo o resto.

É uma jornada até juntar 10k, mas eu chego lá.

Me iludi a respeito da minha efetivação na empresa, apesar de ter feito um ano de estágio não tem data prevista pra me tornar analista. Isso me frustrou bastante e fodeu um tanto meus planos, mas tô me fazendo acreditar que as coisas vão se ajeitando.

Estou relutante quanto a procurar outra vaga, mas dei passinhos nessa direção, ativando as notificações do LinkedIn e começando a repensar meu CV. Quero muito acreditar que não será necessário, não quero deixar minha equipe. Mesmo.

Apesar da minha estagnação profissional, meus amigos estão mudando drasticamente de vida.

Com os vestibulares vem os campus na puta que pariu né?

Dois foram para Portugal, um vai pra Assis e outro pra Bauru. Quem sabe o que mais virá (e sinceramente espero que venha, passar nas faculdades é muito maravilhoso pra eles). É ótimo, mas também não deixa de ter um quê de triste, vamos construir vidas separadas por um tempo.

Ave, como esse post tá enorme.

Aproveito minha chegada no trabalho pra dar um stop mais do que merecido.

Vou tentar não abandonar isso aqui.

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