28/05/2020

Tanto sentimento guardado pra nós dois


Eu amo as músicas da Duda Beat, puta merda.
Esse título é pura e simplesmente uma homenagem a ela, não trago notícias românticas.
Até porque, na atual conjuntura eu mal tenho tempo de existir em mim, muito menos de ir atrás de outros.

Me aperta o coração toda vez que volto ao blog e vejo minha promessa genuína, porém nunca cumprida de "não abandonar esse lugar". É uma vontade tão de verdade, mas que eu não me forço o suficiente para cumprir. Passo por cima desse compromisso comigo mesmo. É triste constatar isso e ver refletir em diversos outros quereres.

Bem, é claro que as coisas não estão bem. De praxe, digo que estou cansado e esgotado.
Essa merda de isolamento veio com os dois pés no peito, realmente.

E o pior (ou menos mal?) é que tudo que aconteceu foi físico. O mundo material foi quem fodeu com a minha cabeça e minha vida. Coisas para as quais eu não tinha como me preparar e nem possibilidade nenhuma de ação.

Odeio o fato de eu estar mal e sofrendo quando "é esperado e natural que estejamos *todos* passando por momentos difíceis." Puta que pariu, como eu odeio essa generalização. Sei que tem uma razão nobre e tentativa de acolhimento por trás, mas só me deixa pior.
É como se todas as minha dores estivessem escritas numa lousa e alguém passasse um apagador sujo, sem apagar por completo, apenas tornar tudo uma massa quase transparente de coisas diminuídas e generalizadas. Odeio isso, sinto que minhas angústias são apenas fruto do meio e nada mais. Odeio.

Tenho sentido vontade de chorar a todo e qualquer momento, mas na terapia isso não vem a tona e me incomoda também. Não sei como chegar nesse tópico durante as sessões. Isto porque não sei o que está causando esse choro, preciso ir mais fundo.

Foram tantas coisas ruins acontecendo, mas quase todas trabalhadas na terapia e, bem, não resolveu.

Eu nem tava bem antes disso tudo. Mas sabe, tava indo. Eu tava aprendendo sobre mim. Procurando me respeitar e encontrar o que me pertencia e modos de ter espaço, dentro e fora de casa. Dentro e fora de mim.

E aí parou tudo. Na real além de parar deu ré a toda velocidade e bateu num poste, porque puta merda.

Fiz mais de 36h extras, estafei, minha mãe foi 3 vezes ao hospital prum negócio que não dá pra curar sem tratamento presencial, o Cuca teve UMA PORRA DE UM TRATAMENTO LIXO da vet dele e acabou internado por 12 dias e com isso minha mãe contraiu uma dívida de 11 mil reais.
Pois é, e junto disso tem a faculdade, o trabalho, a porra da minha vida. Que nem importa né, diante de um quadro fodido desses.

Pois é, uma bosta.

Tudo são fases etc etc, mas sinceramente essa tá bem ruim e demorando demais pra passar. Como se já não bastasse a angustia do passar do tempo, estes vinte e dois anos chegaram para me pintar de branco. Nulo.

Só quero férias. Quero a possibilidade de fazer nada, de ficar mal por tempo indeterminado, me permitir todas as indulgências possíveis.

Uma observação: acabei de pegar um ônibus para voltar pra casa da sessão de terapia a qual eu tentei comparecer *na semana errada*.
Esse senhoras e senhores é o nível da minha saturação emocional. Eu vim pra uma sessão inexistente por pura necessidade.

Acho que não preciso nem falar mais nada.

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