21/03/2016

Sabotagem


Geralmente, antes de começar o post carregado de dor e coisa pesada eu costumo entrar no weheartit pra procurar uma imagem inicial. Mas é pura sabotagem. Me distraio, encubro o que me fere e quando volto prapágina em branco não sei mais o que dizer. Procrastino, deixo de lado e amplifico aos pouquinhos minhas dificuldades e amarguras.
Tô muito carente. Tô sempre muito coisa demais. Acabei de ler um livro fantástico. Autor brasileiro, vocabulário decente, escrita viciante. Reconhecimento e internalização constantes.
Não me sinto parte de nada. Talvez isso seja parte da minha enorme gama de problemas. Meus amigos são fofos, mas não sei até que ponto me acolhem. Não sei se sou só amiga as escondidas, aquela que tá sempre por trás dos panos mas na hora de levar a  público sempre fica com o nome nos créditos com fonte tamanho 4pt. Me machuca bastante, mas sofro demais pelos outros. É uma merda, mas é a verdade.
Não sei de tanta coisa, isso me apavora. Sou controladora, odeio impotência e tenho a necessidade idiota de querer tudo controlável. Faço o possível pra ser sempre assim. Óbvio que não é.
Vou muito provavelmente passar a vida toda lidando com situações que me forcem a encarar minha incapacidade de orquestrar tudo. Séra que algum dia vou evoluir? Sair dessa e ir pro próximo degrau da humildade..? Acho bem difícil. Sou cabecinha dura e orgulhosa feito uma tonta. Talvez esteja no meu DNA, só que meus familiares escondem muito bem esse jeitinho infernal.

Quero um lugar. Quero alguém. É engraçado porque me identifiquei com o protagonista de uma história que tem agonia de pertencimento. Já eu o desejo fervorosamente. Me sinto perdida, sem porquês, sem serventia pro universo. Eu tô aqui é pra que? Pra desenhar? Pra escrever, ler o dia inteiro, me afundar... Ouvir os outros?
Não sei. Só sei que não tá bom.

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