08/09/2016

É tanta coisa que nem sei mais

NÉ SALLY? VOCÊ DEVERIA LER BALÕESZINHOS DE FALA ANTES DE SAIR POR AÍ IMPULSIVAMENTE MATANDO A GALERA. PÔ.


Eu tinha muitas coisas pra dizer ultimamente, mas não deu tempo e agora, que tô aqui não me vem nada que preste.
Bom, vamos começar pela tristeza: terminei Half Lost. Gente. G-e-n-t-e. G E N T E. Porra né.
Assim, normalmente eu choro com livros etc e tal, mas esse foi um choque tão grande que até agora não tô conseguindo superar. Sei lá, foi como se uma parte de mim morresse, sabe?
Eu só queria um final feliz. Mas né, as vezes os escritores quando são muito bons decidem ser imprevisíveis e ATIRAR GRANADAS NOS CORAÇÕES DOS FÃS. Pois é. Ainda não consigo lidar com esse assunto, o que acho bem relevante já que nunca fiquei tão abalada com uma história.

Além disso cortei meu cabelo ~finalmente~ e, bem, tô tomando vergonha na cara pra várias coisas. A primeira é começar a pesquisar sobre disforia. Porque sabe, de uns tempos pra cá tem me incomodado esporadicamente essa coisa toda de gênero, certo? Eu nunca entendi direito, mas achava que era alguma fixação e empatia muito forte com os gays que me fazia ter essa vontade absurda de querer ser como eles, um cara. Mas aí com o tempo passando, as pesquisas sendo feitas e novos conhecimentos sendo adquiridos, descobri que existe a possibilidade de eu ser genderfluid. Pois é.
Ainda não tenho certeza, talvez seja mesmo só uma vontade que independa da minha identificação com gênero, mãs, talvez não.
Enfim, com tudo isso borbulhando na minha cabeça, depois de ficar uns bons dias agoniada e sem querer sair de casa resolvi vasculhar a internet a procura de modos de parecer mais masculina. Foi bem simples até, achei vários tutoriais pra crossplay e alguns sites que vendem binders etc etc e aprendi um monte de coisas.
Como grande parte das mudanças era feita com maquiagem, recorri ao Tomate, desabafei de leve sobre a questão e, bem, não sei direito como ele encarou tudo isso. Mandar mensagens as vezes dificulta conversas profundamente pessoais. A parte boa é que decidimos que vamos os dois nos maquiar e tentar incorporar os símbolos dos gêneros opostos. Ainda acho que ele não entendeu o quão complicada é a possibilidade de eu ser genderfluid, mas temos tempo pra isso até que eu chegue em alguma coisa concreta.
Com a maquiagem a comprar e o binder caro demais preu pagar no momento, faltavam as roupas e o cabelo, certo?
Bem, eu acho que consigo resolver as roupas com o que tenho, já que a grande maioria das minhas blusas é masculina levemente alteradas na costureira. Daí sobrou o corte e sério, não tô me cabendo de tanta felicidade. Ficou tãaaaaao melhor. Sei lá, adoro meu cabelo cacheado, mas não me dava essa versatilidade de parecer com o que eu quiser.
Sem mechas pra esconder as laterais do rosto voltei a ter motivação pra perder peso. Eu tava resignada nesse aspecto, até porque eu acho lindo gente gordinha, mas sabe, perda de peso também ajuda na hora de simular o masculino  então, lá vou eu de volta a vida de coisas mais saudáveis.
É algo muito bom, porque me estimula a fazer um mínimo de exercícios, o que ajuda minha coluna de velhinha de 93 anos, sem falar que acabo tomando muito mais água me alimentando direito (nada de leite com biscoito nas três refeições do dia, ai ai </3) etc e tal. Bem, meu corpo agradece e provavelmente minha vovó técnica em nutrição também haha.

Depois do baque do qual ainda estou sob efeito do fim de Half Lost, comecei a perceber o quanto eu me deixei de lado nos últimos meses. Fui parando de ligar, sabe?
Agora, tomei a decisão de fazer uma renovação, limpando todas as teias de aranha da cabeça e da vida e arrumando tudo direitinho.
Por enquanto, ou pelo menos por essa semana, sigo tentando melhorar as coisas seja interna ou externamente. Tomara que continue assim, talvez ajude a cicatrizar as feridas abertas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário