22/02/2017
E de pensar nisso tudo eu, homem feito, tive medo e não consegui dormir
Eu tô com um buraco tão grande no peito, mas não faço ideia de como ele surgiu.
Estou cansada, limpei a casa e fiz compras hoje. Foi produtivo, fui ao médico ter certeza de que não sofro de nenhuma doença terminal, bem reconfortante.
Hoje foi uma consulta interessante com a Lu. Falamos sobre minha dificuldade em criar vínculos. Ela disse que essa é a semelhança que tenho com meu pai. Nunca tinha me tocado disso.
De fato, nunca consegui me abrir totalmente pra ninguém, o que sempre me incomodou, pois não me sentia compreendida... Sempre com medo de ser julgada, com medo do outro não aguentar minhas barras... Sempre tão só.
Hoje em dia melhorei um pouco, coisas que eu jamais sonharia em dividir consigo falar com a Nath e as vezes colocar aqui, mas ainda assim falta tanta coisa...
Não sei por onde começar, me enche de angústia pensar em me despir de todas as barreiras e muralhas emocionais.
É engraçado porque é como se eu fingisse estar sempre bem com elas, mas dificilmente é o caso. São tantas fragilidades que me escapa belas beiras, acho.
Sei lá, sabe.
Quero poder me desmanchar pra alguém, chorar num colo e soluçar até me sentir vazio...
Quero me entregar pela primeira vez na vida.
O Rodrigo sempre reclamou que eu não dividia meus problemas com ele, era um motivo de bastante briga. Me irritava ele exigir isso de mim, nem meus amigos questionavam isso. Ele estava certo. Como pode alguém namorar quase um ano e não ser capaz de contar nem uma dorzinha?
Criar vínculos profundos é tão difícil. Acho que tenho muito muito medo das pessoas. Do poder que podem ter sobre mim. Já é tão grande o impacto com minhas relações superficiais, me despir parece tão arriscado.
Tenho tanto medo... Tanto tanto tanto. De tudo, de todos, da solidão, do nada. Me sinto pequenininha e impotente, mas não consigo deixar transparecer.
Preciso de um abraço que me passe segurança.
Preciso cavar bem fundo e destrinchar todos os meus monstros.
Sou tão pequenininha por dentro. Quem dera eu pudesse me pegar nos braços e acalentar até todo esse medo passar.
Eu queria que ele estivesse vivo. Meu pai não sabia ser um bom ser social. Nem bom marido, nem filho, nem cidadão, nossos genes são iguais. Ele sempre teve muito medo também... Medo de não ser perdoado, medo de adoecer, medo de pensarem mal dele.
A vida se repete em diferentes gerações. Eu só quero parar de ter medo.
Sei que é repetitivo, mas essa frase me vem a cabeça todo o tempo.
É tudo tão enorme.
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