Bem, depois daquela conversinha deprimente com a minha mãe (que na verdade seria melhor classificado como monólogo, já que tudo que fui capaz de fazer na hora foi olhar pro chão e me odiar) várias coisas mudaram aqui em casa. Organizei uma lista de tarefas pelas quais me responsabilizaria dali em diante e por enquanto tenho cumprido.
De umas semanas pra cá a Tchela tem ficado bem mais doce e compreensiva, o que facilita bastante o diálogo e decisões em geral. Com isso até rolou uma divisão séria de tarefas de limpeza e manutenção da casa que tem sido cumprida com gosto. Ok, estamos nessa há uma semana, não é hora de se vangloriar, mas só de ter visto um pingo de comprometimento já me deixa super feliz, é inevitável.
Por conta das coisas que comecei a fazer agora,que aliás vale mencionar são: varrer duas vezes por semana, lavar a louça todo dia, descer o lixo, passar minhas roupas (já fazia, mas conta), lavar minhas roupas e cuidar dos meus gastos com cursos e transporte; acabo me cansando muito mais rápido do que antes então minha energia tá bem abaixo do usual. Mesmo assim não consigo dormir bem, o que me enerva um pouco, mas ok, não é algo muito relevante.
Agora que tenho uma certa rotina está mais fácil acordar cedo e tal, me sinto produtivo e isso é gratificante, no entanto ainda não encontrei a motivação pra focar nos estudos ou ter energia suficiente pra querer sair de casa voluntariamente. Os remédios ainda vão demorar uns 15 dias pra surtir efeito, então a solução só cabe a mim presse desânimo.
Convenhamos que em termos de dar fim a falta de motivação não é muito comigo.
Ontem fui a Lu e contei que ultimamente (na verdade deve fazer mais de 6 meses) tenho tido dificuldade em responder as pessoas virtualmente. Seja por voz ou texto, apesar de genuinamente me importar com a pessoa, o assunto e pensar numa resposta apropriada e que gostaria de dizer me dá uma apatia na hora de enviar qualquer coisa e acabo deixando pra depois. Um depois bola de neve que dificilmente chega a se concretizar. Para algumas pessoas me forço a responder, pois são muuuuuito importantes então passo por cima dessa angústia incoerente e escrevo, mas com grande parte dos casos sou omisso e só.
É algo que me incomoda, mas não a ponto de mudar de atitude. A meu ver é como a situação com a inércia em cuidar da casa: foi preciso um choque drástico (aka o monólogo da minha mãe) pra que eu tomasse vergonha na cara; por isso estou tentando pensar no que pode servir como impulso pra melhora nesse aspecto.
Pra me fazer pensar a Lu vem com essa: o que está te deixando com raiva a ponto de te fazer querer agredir o mundo? E eu fiquei "bicha, se eu soubesse já teria dito", como sempre, e aí além disso falei que era realmente algo paradoxal porque eu queria manter contato com as pessoas e trocar afeto com elas, mas fazia o contrário e provocava afastamento pro que ela respondeu "será que isso não é uma ação pra validar seu discurso de se sentir sozinha?" e mais uma vez fiquei com cara de tacho porque não tenho a menor ideia.
Sinceramente isso me incomoda bastante nas sessões. Não sinto que resolvo nada, só recebo peças de um quebra-cabeça pro qual não tenho a imagem completa pra me basear e procurar terminá-lo. É frustrante.
Não sei o que me deixa com raiva, mesmo. Na verdade não me considero uma pessoa que guarda raiva pra si, normalmente me estresso fácil e tenho picos com besteiras, mas nunca é algo denso e prolongado. Sei lá.
Sabe, talvez seja uma forma muito esquizofrênica de auto-flagelo em que sabendo da minha vontade de ter gente por perto eu as afaste como castigo por não alcançar minhas altas expectativas. Será? Não sei se meu inconsciente chegaria a esse nível de plano maligno pra me punir.
Tá vendo, só? Não consigo pensar em nada que me deixe com raiva (lógico tem as injustiças e merdas gerais, mas nada "próximo" a mim) só o que me vem a cabeça são minhas próprias deficiências. Vai ver é isso mesmo. Vou tentar dar essa resposta na semana que vem, vejamos no que vai dar...
São tantas coisas pra falar aqui, realmente é como se tivessem passado meses desde a última vez que escrevi. Meses emocionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário