Hoje é aniversário da minha mãe. Pelo menos aqui, quatro
horas atrás do Brasil.
Hoje eu voltei pra casa mais cedo pra ficar deitada na cama
por horas só pra não ter que lidar com minha falta de conexão com minha classe.
Hoje mais uma vez todos saíram e me deixaram pra trás.
Hoje mais uma vez o Kal, que costumava ser um dos meus
melhores amigos ignorou minha existência por completo enquanto ia pra lá e pra
cá com a Jackie.
Ó, minha experiência aqui tá 10/10.
Meu aniversário passou, não fiz alarde, não fiz nada. Dormi
18 horas.
Quase todo dia eu volto pra casa pura e somente pra não
encarar o quão alien me tornei.
É foda.
Eu e Henry estamos bem. Isto é, tão bem quanto se é
possível. Ando pisando em ovos com ele, mas pelo menos as brigas diminuíram.
Dois comprimidos não estão dando conta de nada. Vou começar
a tomar três pra ver se pelo menos a química no meu cérebro se ajusta.
Queria poder terminar logo meu curta e ir pra casa. Não
quero ficar aqui. Não quero acordar dia após dia num lugar que não me recebe.
Num lugar em que nem mesmo eu me recebo.
Mais três meses e eu vou embora. Sei que passa rápido, mas
ainda me angustia.
Sei que daqui alguns anos olharei pra essa viagem enumerando
a enormidade de vezes em que perdi oportunidades, mas é o que ta dando pra
fazer.
Estou na fase “se tudo o que você fez hoje foi respirar,
estou orgulhoso de você”.
Tô tão cansada. E é triste porque eu não posso mais me
enganar dizendo ser algo físico, quando durmo quase as 24h do dia.
Enfim, sobrevivendo.
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