Cá estou em pleno dia útil, meio da semana, horário comercial, dando minha pequena emergency dance party.
As coisas parecem grandes demais e eu um ínfimo observador, pior que isso, um alteta derrotado, na última posição vendo os demais competidores já passando por mim em voltas a minha frente enquanto eu vejo o cronômetro contando tudo que já foi.
Eu diria que estou cansado, mas o cansaço apenas não seria capaz de me dar crises de ansiedade e dissociação diária.
A faculdade voltou e com ela os projetos em grupo. Eu tive uma semana e até agora o que absorvi foi: vocês tem 2 meses e meio pra fazer tudo, já tem entregas pra semana que vem e, veja bem, vocês são obrigados a aumentar seus grupos, independentemente da preferência ou afinidade com possíveis novos integrantes. Uhu.
Me percebi numa espiral de nervoso e (isso notei apenas hoje) necessidade de agradar meus novos professores, o que imagino ser uma grande parte do que tem me feito tão mal nesses últimos dias.
Semestre passado meu professor era super tranquilo e sensível, não sobrecarregava a gente com carga emocional, muito pelo contrário era 1000% aberto para desabafos. Hoje eu tenho dois professores que não conheço, mas já percebi fizeram minha neura em agradar aflorar de novo.
É uma merda, achei que estava bem mais longe desse quadro do que isso, mas me percebi tornando isso motivo de muito nervoso e noites sem sono e dor no peito e vontade de sumir.
Quero fazer um trabalho bom? É claro, mas antes disso na minha cabeça tem a vozinha dizendo "quero saber o que eles querem que eu entregue" e essas são duas coisas diferentes e uma me adoece.
Já faz um tempo que estou emocionalmente (e cada vez mais fisicamente) esgotado no trabalho.
A retomada das aulas foi um baque que eu já esperava por não ter cumprido uma jornada de trabalho com horas dentro do meu contrato, mas olha, tá mais difícil do que eu previ.
Não quero trabalhar não quero entregar coisas.
Veja que não é "não quero ter aula", o que é um avanço, mas ainda assim não resolve.
Estou com medo. Medo de não dar conta, medo de estar *vendo* eu não dar conta neste instante.
Medo de não saber até quando e como eu vou conseguir passar por essa situação toda.
Eu escolhi isso. Escolhi ser efetivado, escolhi trabalhar e estudar, preciso fazer isso pra chegar no futuro brilhante a frente.
Mas tá difícil. E eu tenho medo.
Tentando tirar um pouco desse peso do meu peito ao som de Turn do The Wombats, no momento.
Funciona até que bem, mas aí olho pro relógio e vejo que são 9:28 e eu preciso começar a trabalhar e finalizar o PPT que vamos apresentar na orientação do projeto do semestre hoje a noite pra faculdade. Tudo volta a perder a cor e eu a coragem de ir e fazer.
Fazer coisas "úteis", tenho vontade de fazer várias coisas "vazias".
Quero um ano sabático, por favor.
Só que o sabático não vai me dar dinheiro suficiente pra pagar pela cirurgia, nem pra juntar pro Canadá, nem o diploma pra trabalhar lá.
Foda.
Eu só não queria viver a minha vida agora.
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