19/10/2021

Acho que eu tô sempre falando de falta de vergonha na (minha) cara

 


Nossa eu nem sei onde buscar uma imagem pra iniciar esse post com delay de mais de ano, praticamente. Meu deus do céu, cara. É olhando pra quantas vezes eu não posto no blog que eu enxergo como deixo o autocuidado ainda de lado e sigo nas rotinas de automimo. Ai ai.

É aquela coisa né, o diagnóstico não trata absolutamente nada, mas não deixa de ser um início pra busca de cura. O ruim é que eu sou excepcionalmente bom em diagnosticar tudo e daí jogar pra baixo do tapete. Ai ai.

Amanhã é aniversário da Nathi e eu PRECISO PRECISO PRECISOOO lembrar de pedir o endereço dela pra mandar alguma coisinha. Infelizmente não deve chegar no dia, por motivos de: o que é a situação dos correios brasileiros além de uma grande tristeza? Pois é. MAS, ao menos vai rolar um presentinho. 

Então, Nathi, caso você leia esse post antes de eu te chamar, fica a vontade pra me enviar seu endereço, tá bem? 

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Ai eu não sei nem por onde começar. O foda de ficar mil anos sem escrever é isso, as coisas se acumulam de tal forma que na hora de colocar pra fora fica entalado. 

Bem, vamos tentar ir por partes.

Hoje é terça-feira, dia de aula de Ergonomia na faculdade. Neste momento, 19h07 (uma coisa bizarra que passei a fazer depois de começar a trabalhar foi escrever horários com "h" no meio ao invés de : . Eu, que sempre achei feio usar o "h", que irônico) era preu estar assistindo a aula, mas cá estamos.

Sinceramente, a faculdade voltou a ser o aspecto mais broxante da minha vida. Tinha dado uma melhorada semestre passado. Apesar de todo estresse, o produto final do projeto de reedição de Duna foi algo que me deu bastante orgulho, mesmo não merecendo o 10 que recebeu e eu enxergando todos os erros bizarros que deixamos passar... Ainda assim, foi milhares de vezes melhor do que a merda que é este semestre.

Minha nossa, é uma perda de tempo, sério. Aulas em que não consigo absorver quase nada por conta do cansaço e falta de motivação em ouvir o que os professores tem a dizer, que muitas vezes sequer me parece útil ou, quando o é, chega com atraso em relação a decisões que já foram tomadas no escuro para andar com o projeto interdisciplinar... É uma bela porcaria, tudo isso.

Como se não bastasse, meu grupo de DEZ pessoas é um completo caos em que tenho que ficar catando os pingos de produção e ordenando pra ver se servem de alguma coisa, quando não tenho que literalmente fazer o que era tarefa alheia, mas foram incapazes (por falta de recursos ou por preguiça, jamais saberei) de entregar. Que desgaste patético. Essa é a palavra exata. 

Esse projeto me faz querer jogar tudo pro alto e só seguir em frente minha vida proletária sem esse maldito diploma.

É claro que tudo isso tem 0 peso na escolha: continuar ou não com a faculdade. Afinal, essa escolha sequer existe, eu preciso terminar esse negócio. Não tem opção e é isso, vamos rastejando até a linha de chegada.

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Agora, falando sobre o momento atual: eu estou morrendo de sono. 

Digo isso pensando em duas verdades: no agora, no eu de 19h15 que está tentando focar na tela e escrever tudo isso sem fechar os olhos depois de ter gasto, provavelmente, 250% de sua energia pro mês inteiro tendo uma mini emergency dance party ao som de MIKA.

E na segunda verdade que é: desde que troquei de emprego (tchanammm ✨, vou falar disso mais pra baixo), tenho tido um cansaço mental e emocional tão grande que é como se meu sistema nervoso estivesse ativamente tentando apertar o botão de hibernar assim que o relógio marca 18h. É impressionante, na real. Não me lembro da última vez que me senti nesse nível de esgotamento.

Mas é, mudanças nunca são fáceis pra gente como eu, que se reconforta nas rotinas e não escolhas, então sigo processando as coisas novas que vêm aparecendo e tentando acolchoar uma novidade por vez, pra não doer tanto quando ela se jogar na minha cara.

Saindo do cansaço e indo para o tema festivo (?) desse momento: eu mudei de emprego. 

UHUUU TUTS TUTS, ATÉ QUE ENFIMMM.

Pois é, depois de quase 3 anos de exploração descarada, consegui sair do ciclo de manipulação emocional que me mantinha no meu antigo trabalho.

Desde que me efetivaram e mesmo antes disso, o que me manteve na empresa eram as pessoas da minha equipe. Eu me apeguei muito a todos, em especial ao Higor e Laurinha, que formavam a micro-equipe de São Paulo junto comigo pela maior parte do tempo e, bem, fui deixando levar.

PAUSA

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Acabei cedendo a minha consciência pesada e entrei na aula, pra daí então ceder as minhas necessidades biológicas e ir tomar um lanchinho, pra agora voltar e, ao som desestimulante da minha aula de Ergonomia (o tema é: faça testes de usabilidade), fui atrás da imagem de abertura do post.

Fiquei com um pedacinho de uma das pinturas da Vanessa Stockard, que eu jamais conheceria se não fosse o amor das redes sociais pela forma como ela pinta gatinhos pretos. Achei ótimo em vários sentidos, esse gatinho minusculo e zoiudo para esse post.

O gatinho é a metáfora da minha existência: grandes olhos absorvendo um monte do mundo, um tutu (não deve ser esse o nome, mas sei lá o nome desse negócio no pescoço dele) que me dá o tom de entretenimento pros outros e dá aquela apertada básica no cangote e o espaço a volta dele, uma enorme, gigantesca cadeira que não o serve e muito provavelmente é um risco a sua integridade, já que se ele cair dali vai ser uma queda feia. Mas, apesar de tudo, ele tá lá. Existindo.

É, só queria registrar meu processo de escolha mesmo, que foi de uma ida ao pinterest buscando imagens de acrílico colorido (meu novo vício visual), pra desenhos de pintinhos segurando facas, pro gatinho da Vanessa Stockard. É.

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O triste é que eu comecei a escrever com os ânimos lá em cima, ainda meio bebâdo da energia de ter dançado e gritado MIKA, mas agora enquanto escuto a aula tudo me parece irritante e desnecessário.

Efeito colateral de integrar o proletariado cansadíssimo que ainda por cima paga pra ter seu tempo tomado tentando aumentar um pouco o valor. 

Ai, nesses tempos tô tentando me inteirar um pouco de a quantas anda o mundo e as pessoas com uns canais e perfis, porque notícia eu pego o mínimo pra digerir e não desistir de tudo. Com youtubers eu quero dizer: Rita Von Hunty e Tese Onze, o último que conheci ontem e já considero pakas.

Além disso nunca tive tantos livros na fila, o que é ao mesmo tempo incrível e frustrante, porque quero logo saber de tudo haha.

Uns meses antes de sair do alfa, participei de uma pesquisa de usabilidade (veja só, que coincidência eu falar disso durante a aula que... fala disso) do Hubspot e ganhei um voucher em dólaresss pra usar como quisesse.

Claro, fiz um ótimo uso comprando livros na Elefante sobre uma série de coisas que estavam fervilhando na minha cabeça havia tempos, como pautas ecossociais e os livros da bell hooks, que eu já namorava faz tempo.

Depois, tendo terminado só 2 deles, gastei o que tinha no cartão corporativo da empresa antiga, considerando que eu havia informado a eles quais os dados do cartão pra retirar o dinheiro e ninguém fez nada nem me retornou sobre 2 semanas depois.

Dinheiro muito bem gasto e que, de qualquer forma, iria acabar nos livros mesmo, já que meu plano era economizar durante a viagem corporativa pro Paraná (saudades :'c) pra fazer a festa ao voltar.

Pensando bem, vou até fazer um post de lista de leitura, como nos velhos tempos, só pra dar um afago na nostalgia e ter a satisfação de ver, aos pouquinhos, essa lista ficar toda riscada e completa.
Quem sabe isso me motiva também a voltar mais vezes pro blog e escrever antes das coisas ficarem longas e complicadas demais pra caberem num post de tamanho aceitável.

Este, coitado, está um monstro. Mas nem ligo.

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