05/08/2020

a passagem do tempo e como a transitoriedade é assustadora


Agora que acabei de escrever esse título me parece algo que uma pessoa meio nojenta escreveria ahahah. 
Quem é que usa a palavra "transitoriedade" fingindo ser casual senão alguém elitista e que quer parecer cult? Bem, eu mesmo, apesar de não ser (pelo menos espero que não) nenhuma dessas coisas. 
Hoje mais cedo me perguntei se eu mesmo não sou, na verdade, um insuferable prick. De novo, espero que não, mas nunca se sabe até alguém jogar na sua cara.

Tantas coisas pra dizer, vontade é o que não me falta.
Sei lá, sinto que nestes últimos meses de isolamento tenho voltado ao meu estado adolescente em termos de hábitos. Isto é: retomar meus otome games (eu comprei uns jogos na steam quando tinha 15 anos, comecei e nunca mais mexi), ler YAs, começar tardiamente a ler fics (!!!), coisas do gênero.
Por um tempo fiquei em dúvida se isso não seria um sinal de retrocesso, mas segundo o Sérgio todo e qualquer uso do meu tempo de forma lúdica e que me traga felicidade não pode ser considerado ruim. Então né, bora ser indulgente nos gostos e hábitos do passado, yehaw.

Bom, acho que vale começar enaltecendo o fato de que este momento de escrita na madrugada em plena terça-feira é graças as minhas ✨✨pseudo-férias✨✨. Isto mesmo, senhoras e senhores, depois de várias crises de ansiedade, insonia por semanas a fio e uma exaustão mental e fadiga sem limites, consegui minha semaninha off. 
Queria dizer que foi fácil, porque quando pedi pra minha chefe ontem pra tirar essa semana de folga assim de um dia pro outro ela simplesmente disse "claro migs", porém o processo todo foi bem longo e envolveu mais de uma tentativa de pedir com antecedência e ela simplesmente ignorando e em seguida tirando 15 dias off sem aviso e me deixando a ver navios ahaha (rindo agora porque na hora eu tava surtando mesmo).

Agora que tenho esses dias pra dar uma descansada e já usei as horas úteis de hoje dormindo até 16h e depois lendo sobre umas paradas bem revoltantes sobre inequidade de gênero (são 7 artigos do NYT sobre como as mulheres são afetadas negativamente em praticamente TODAS as esferas da existência humana, vale ler) e ainda mais tarde vendo uns memes trouxas de The Raven Cycle, que mencionarei mais pra frente neste extenso post, chegou a hora de abrir o note e reviver o passado no modo mais hardcore possível: visitar blogs e as redes sociais que eu costumava amar lê-se weheartit, myanimelist, scoob e afins.

Parênteses: apesar de ter achado esse novo visual do blogger bem bonitinho sinto como se eu tivesse um grau bem alto de hipermetropia. Cara, que letrinha minúscula! Estou com zoom em 125% e julgando bastante as escolhas do responsável pelo UI da página de produção dos posts (esse é o nome dessa página? não faço ideia). 

Cof cof, voltando! Como eu disse, acabei retomando uma série de hobbies que mantive durante a adolescência e, como muitos deles envolvem se apaixonar por personagens e durante o restante do tempo sofrer esperando a hora de "retomar o convívio" com tais personagens, fiquei com a sensação de que estava me enganando com essas relações virtuais e inexistentes, sem falar das horas e horas passadas com 0 interação social. Mas cara, o que é o isolamento, senão um tempo em que você é obrigado a ficar sozinho?

Tá, tem a galera que consegue fazer calls e webrolês, almoços em família via skype e assistir lives, mas eu nunca sequer consegui manter um ritmo de respostas rápidas via whatsapp, então esperar que eu fosse extrovertido no meio digital durante a pandemia seria forçar uma barra.

Por um tempo me culpei por não perceber o quão longe essas expectativas de ser extrovertido na quarentena eram fora da minha realidade, mas agora tá tudo bem. Já aceitei que este é um período em que não vou me julgar por passar horas na frente de uma tela lendo sobre pessoas que não existem. Não estou perdendo "a melhor fase da vida".
Foi difícil acreditar nisso quando por muito tempo esse foi meu argumento para me forçar a sair de casa, viver os dias antes de ser "tarde demais" e o eu do futuro olhar pra trás amargurado com sua juventude gasta dentro de casa e sem conexões de verdade. 
A questão é que mesmo que eu queria sair e viver a vida de forma memorável TM não tá dando, então né: foda-se.
Processos, não é mesmo?

Então, sobre meus antigos/novos hábitos: como não amar personagens idealizados especificamente para cativar corações? Exato.
Retomei algumas webcomics, mas sem muito avanço nessa frente, pois elas atualizam devagarinho e a minha preferida da vez está num hiatus indeterminado. Não dá pra culpar os autores, muitos passaram uma década trabalhando na mesma história, é foda mesmo.
Reli The Raven Cycle, o que foi algo incrível e ao mesmo tempo bem desesperador ahaha. Como estou numa situação financeira bem apertada não pude comprar novos livros pra ler, então fui atrás de algo aqui em casa mesmo.

Lá em meados de 2016-2017 cheguei a quase terminar essa série, mas acabei parando nos primeiros capítulos do último livro porque fiquei com medinho do vilão que era um demônio e tava aterrorizando todo mundo, possuindo uns, matando outros e, bem, eu sempre disse que sou uma florzinha e não aguento essas coisas. Pois é, levei 4 anos pra terminar esse negócio. MAS TERMINEI! 
Foi bem gostoso retomar a leitura fora de uma tela. Com os otome games eu acabava passando ainda mais horas queimando minhas retinas em frente ao notebook então essa mudança pro papel foi super bem vinda. O problema foi mais o desespero em terminar os livros, que me fez por vezes ir madrugada a dentro e depois acordar atrasado pro trabalho, dar uns perdidos durante o expediente pra ler e passar dois finais de semana inteiros praticamente trancafiado no quarto lendo compulsivamente e ignorando pessoas, obrigações e refeições. 
Mas, veja só: terminei de ler num tempo recorde de duas semanas! A jornada foi melhor que o objetivo alcançado, o final foi meio meh, mas pelo menos me preencheu por um tempinho.
Amei os personagens ainda mais e como mencionei acima comecei a ler fics (!!!).

Desde os meus 13 anos, quando descobri a existência das fanfics tive vontade de ler, mas acabava nunca indo atrás e chegou uma hora em que simplesmente desisti e pensei "bem, minha fase de fics passou e não aproveitei. Bora virar a página". Claro que não tem essa de fase de fics então comecei a ler algumas do meu casalzão maravilhoso Ronan Lynch/Adam Parrish e, olha, gostei da experiência hahah.
Não sei se foi por ler muitas de uma só vez, mas acho que dei uma saturada. Ainda tenho a guia do Archives of Our Own aberta e tudo o mais... A vontade de ler é que deu uma esfriada mesmo, sei lá. 

Além das fics outro ponto que também foi retomado com a leitura de TRC foi meu retorno ao tumblr (mais ou menos). Acabei caindo nuns urls com fanarts, memes, aqueles posts que imitam diálogos entre personagens, enfim todo aquele conteúdo de fandom que lota o site.
De novo, divertido, mas depois de alguns dias acaba cansando, provavelmente porque eu visitava os tumblrs da galera via navegador do celular sem sequer logar, o que tornava a experiência ainda pior.
Não sei se vale a pena instalar o app e mergulhar mais a fundo nesse mundo dos fandoms, veremos...

Um passo a frente e dois pra trás: vamos falar dos otome games, que foram o que me fez cair nessa toca de coelho do eu de 15 anos.
Enquanto eu ainda estava tendo aula retomei Ozmafia. Este foi o jogo que na época de lançamento dei uma boa surtada, porque eu tinha lido o começo do mangá feito a partir do jogo e, cara, cada um dos personagens apresentados naquele negócio eram lindíssimos (a artista do otome é a mesma de diabolik lovers, então é desse nível de boniteza que estamos falando cheio dos gradientes e roupas estilosas).
Lembro de acompanhar religiosamente meus e-mails de descontos da Steam até chegar a Black Friday e comprar correndo Ozmafia e Amensia, dois queridões na minha wishlist daqueles tempos.

Acontece que comecei a jogar, terminei as rotas do Kyrie, o que resultou em um amor pelo primeiro e provavelmente único personagem estilo "mean boyfriend" da minha vida, umas 10h gastas nisso e eu nunca mais mexendo até o início da pandemia.

(( Acabei de pesquisar no google e descobri que Ozmafia foi lançado na steam quando eu já tinha 18, o que explica porque joguei tão pouco, foi bem na época em que eu estava trabalhando nos eventos, preparando as coisas pra viajar e fazendo milhões de cursos, então né, difícil cultivar qualquer hobbie num cenário desses. ))

Quando retomei o otoge quis fazer do jeito certo, isto é, começar uma rota do zero, lendo 100%. A partir daí foi só ladeira abaixo. Pense num jogo com um personagem mais lindo que o outro: pois é Ozmafia. 
Sim, os finais eram meio bosta, mas cara, como eu me apaixonei ainda mais pelos carinhas que eu já tinha gostado desde a época do mangá. 
Puta merda, Caramia é até agora o homem da minha vida. Quem é que não ama um leão sensível & corajoso, né menines? Sério, ele é literalmente o compilado de características que eu busco num interesse romântico. Ai ai, um mozão desses deveria ter uma rota melhorzinha, mas a gente releva.

(( Bem triste que eu só descobri a feature de tirar print da steam depois de zerar Ozmafia e agora que eu quero todas as cenas memoráveis pra colocar aqui preciso jogar de novo e achar uma por uma, sendo que vai passar tudo batido no skip porque tá completa essa birosca. Ugh ))

Uau, acabei de ver como esse post está gigante e uma zona total. Não consegui nem achar um ponto em que desse pra dividir ele. Bem, agora já foi, duas horas e meia escrevendo e nem cheguei na metade dos assuntos. Foda-se, yolo.

ENTÃO, VOLTANDO A FALAR DE OZMAFIA... Amei o jogo, apesar de ter uns finais com os personagens que não eram os "principais" que deixaram a desejar (Scarlet, meu amor, na minha mente nós temos um lindo "e foram felizes pra sempre", meu mundo é teu) e duas rotas péssimas e condenáveis, ainda tá no meu pedestal de jogo preferido. Apesar de tudo a qualidade em geral é muuuito boa e eu gosto do fato de não existirem finais "ruins" apenas bom/neutro porque me dá nos nervos a personagem principal morrer ou se foder porque né, entretenimento nenhum deveria normalizar esse tipo de coisa acontecendo (Alô, Amnesia).

Daí depois de passar 56h jogando Ozmafia e completar o jogo, tirando um final do Caramia que estou evitando porque envolve trocar o Kyrie por ele e sou totalmente contra essa merda de pular de um carinha pro outro, comecei a jogar Amnesia e olha, criei muita expectativa porque tá bem mais ou menos.
Todo mundo fala tanto desse negócio e cara, sim os personagens são bonitos, mas é MUITO esquisito a maneira como animaram eles piscando e falando e o plot é de qualidade duvidosa dependendo da rota... Sem falar que (agora vem os comentários acalorados e totalmente pessoais e de birra) a voz do Shin não combina com ele!! e a rota do Toma é um tiro no kokoro. Sério que ódio, não dá pra ter 1 personagem genuinamente legal e fofo sem ele ter um lado psicótico? Que inferno, acho que nunca vou me recuperar desse choque, odeio seja lá quem começou com essa merda de arquétipo yandere, vai se foder.

Apesar de tudo o Orion salva esse jogo. Meu nenê espírito/alien/odalisca perfeito. Ele é basicamente o personagem principal desse negócio, já que a MC perde não apenas as memórias, mas também a personalidade e praticamente a habilidade de falar, minha nossa senhora ô negócio esquisito que é ver todas as interações acontecerem com os macho tudo falando sem parar e a menina só responder 1 frase e as vezes nem isso. Enfim, em geral me dá muita aflição porque tem muito conteúdo a ser problematizado, desde as (não) interações da mc, até o discurso dos personagens até nas horas "fofinhas" sendo super embustes e... É bom mas é ruim. Só o Orion mesmo pra salvar. 

Vou até colocar uns prints dele aqui, porque já joguei metade das rotas e tirei 9 prints, dos quais 8 são dele. Por aí dá pra ver o quão investido eu tô.

Cara, olha pra essa carinha, puta merda eu quero ter um namorado cósmico desses.

Eu também, Orion. Até ele concorda que os caras tem uns comportamentos de embuste total. Ícone.

#blessed

Aqui não tem meias palavras, bb apenas a VERDADE. Ai, perfeito apenas.

Além desses dois achados do passado também comecei a jogar Monster Prom, um dating sim multiplayer bom para caralho. Olha, me viciou bastante e foi feito por uma galera que sabe a hora de problematizar e de brincar. 
Monster Prom foi a minha surpresa positiva da quarentena, sinceramente. Uma amiga minha da faculdade veio perguntar se eu gostava de jogos dating sim (ha ha, a ironia do destino, senhoras e senhores) e eu quase tive uma síncope de tanta emoção e a partir daí conheci duas amigas dela e a gente se divertiu numas madrugadas a dentro.
Além dessas interações muito bem vindas com humanos fora da minha casa, também passei várias e várias horas tentando desbloquear todos os finais porque eu sou um bicho competitivo quando o negócio é finalizar coisas.

Nossa são tantas coisas pra dizer sobre monster prom, merece um post só disso. É bem provável que esse post jamais venha a existir, mas como não tô com a inspiração pra falar disso como eu gostaria, vou apenas deixar uns prints pra quando eu rever esse post arrancar um sorrizinho da minha cara do futuro.

Liam: o seu pseudo-hipster idota roxo preferido. Ele tem uma rota focada em yaoi, I rest my case.

Eu amo 01 gorgon. A Vera consegue ser incrível e péssima de um jeito que complica meu coraçãozinho lufano.


Vou nem falar nada.

Ai eu vivo pra essa satirização do jovem idiota que nós muitas vezes somos. As avrezes somos nozes.

Bom, além das minhas aventuras no mundo das visual novels, também fui fervorosamente atrás de novas opções porque né, mal tava começando o segundo jogo pago a bicha já queria entretenimento garantido pros próximos 10 anos.
Nisso acabei no Otome Games BR e +,  blog que começou quando eu ainda mantinha o AEG e, putz, que quentinho no coração que dá ver um blog familiar ativo. Ai, maravilhoso. Lembro de quando a Thaina começou com ele e eu não conseguia parar muito pra ver, mas de cara já adicionei ela aos meus amigos na Steam e invejava o background dela como desbravadora desse universo gigante que são os otome games não traduzidos.
Descobri vários jogos pro futuro e de quebra ainda conheci um segundo blog sobre o tema, apesar de atualmente este estar num semi-hiatus. Foi bem bom, tô animado com as novas opções que encontrei.

Hoje quando peguei pra escrever esse post comecei antes a fuçar nos meus resquícios de atividade pela blogosfera. Entrei na minha wishlist, já hiper desatualizada e cheia de quereres que olho agora sem o menor interesse; o AEG, meu queridíssimo bb, ainda tem uma parte de mim frustrada por não conseguir continuar com ele; o scanlation (!!), meu deus cara, como eu adorria poder terminar pelo menos meus projetos preferidos, nossa senhora quantos milênios se passaram desde que eu pensei em uma scanlation ave maria.
A partir dos blogs antigos caí nas redes sociais, passei pelo meu wehearit que hoje em dia me dá um cringe absurdo hahah. Uns crops péssimos de mangás, frases clichezíssimas, ai um emaranhado de coisas bestinhas bem adolescentes.
Me pergunto se vale fazer uma limpa por lá... Talvez seja melhor me ocupar com novas experiências ao invés de mexer num amontoado de imagens que não significam mais nada pra mim, exceto as lindas e perfeitas fotos do David.

No mais meu perfil no scoob tá mais pra oceano desconhecido do que lar de memórias, então depois quero ver com calma os títulos na minha lista de "quero ler" até pra cogitar comprar algum deles no futuro ou ir atrás de um pdfzinho presses tempos de isolamento.

O MAL nem se fala, no início desse ano eu tava aos pouquinhos retomando os animes que deixei lá em standby, mas acabei parando no meio-fim de Orange e, cara lindo porém triste. Não tô com emocional pra terminar ainda e não cheguei ainda na fase de assistir animes desse isolamento. Quem sabe nessa minha semaninha de férias...?

O problema é que a cada coisa que me remete a tempos felizes ou descomplicados eu jogo na lista do "fazer durante as férias" sendo que na verdade eu tenho dois dias e o final de semana, já que amanhã (hoje, considerando 5h apontado no relógio daqui da sala) tenho participar da reunião trimestral que ocupará a tarde inteira.
Realmente eu precisaria de um mês inteiro pra descarregar toda essa energia contida. Apesar de totalmente exaurido em termos produtivos, fiquei muitos e muitos meses tolhendo minhas vontades e agora as coisas tão surgindo. 

Só me resta organizar tudo ao longo das minhas férias da faculdade, pelo menos até o fim de agosto dá pra me realizar mais um pouquinho.

Ok, já chega desse post ridículo de grande. 
Ainda tenho muito a dizer, mas meu cérebro tá pedindo uma pausa.

Pois é, carinhas muuuuuita coisa pra botar no mundo. 

P.S.: E no final eu nem falei sobre a transitoriedade e mais ou menos abordei a passagem do tempo, que eram os temas que tavam norteando minhas ideias no início desse negócio. Que ironia hahah.


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