07/02/2023

Suco de j-pop, pressão boa e euforia de gênero na balada

 


Ai umas coisas aconteceram e eu queria muito ter vindo aqui antes. Praxe né, eu penso muito o tempo todo, mas vir aqui que é bom, nada.

Bom, vamos lá.
Primeiro queria registrar a dificuldade em conseguir escolher uma foto de capa pro post, que saco. Tem me dado um pouco de aflição de pegar ilustras que não sei onde creditar e, quando não é isso, simplesmente nada me parece combinar com o que eu espero. Enfim, chatice que me faz perder tempo que poderia ser usado pra ESCREVER. Mandando essa direta pro meu cérebro pra ver se agiliza da próxima vez.

Vou jogar tópicos, pra caso eu não consiga desenvolver muito, pelo menos tenho um rascunho de onde partir.

  1. o ano começou de verdade agora. tô indo em um milhão de consultas, vendo quanto que fica a brincadeira de colocar aparelho (não é barato kkcry), enfim fazendo a vez de pessoa adulta responsável pelo meu bem estar físico. ser adulto é um saco, não recomendo.

  2. tive minha primeira consulta com minha possível nova psicóloga!!!! ela parece bem legal, foi um pouquinho esquisito ter uma consulta em que ela ATIVAMENTE ficava em silêncio me esperando falar mais, mas acho que isso vai mudar um pouco com o tempo. ela foi um amor inclusive me perguntando como eu preferia ser tratado por ter me identificado como uma pessoa não binária e, assim, isso já ganhou todos os pontos possíveis comigo, sério. eu na real nem esperava nada da parte dela, foi um cuidado sensacional. 
    sei que é meio bizarro achar incrível ela fazer *o mínimo*, mas depois de o sérgio cagar pra essa questão, não levando em consideração sequer quanto pontuei pra ele que eu preferia linguagem neutra (fui soft), eu acabei apenas abstraindo esse fato das nossas consultas e ter alguém que olhe pra isso já me parece uau incrível porque, bem, eu não tinha o mínimo 🤡

  3. o greg tá meio bolado com a nossa amizade e tá me dando um gelo. há umas semanas saí com ele e uns amigos pra comemorar o aniversário e tal, pra mim foi muito bom porque eu tava com muita vontade de conhecer mais pessoas parecidas e tal e realmente foi uma tarde super gostosa... daí ele me vem perguntando "o que eu sinto sobre a nossa relação, é só uma amizade ou tem algo mais?" 
    assim........ amado?? já tivemos essa conversa e você me disse na época que não conseguia gostar de mim com a intensidade que eu julgava necessária pra começar algo romântico então, sim, 100% amizade. dei essa resposta pra ele e no fim não recebi uma elaboração de volta, só um "tô  esquisito com isso" e cabô. 
    sei lá, que seja. vou seguir o curso e esperar pra ver se ele ressurge, até porque não é como se eu tivesse com pouca coisa pra fazer, né? rindo de nervoso k k

  4. fui numa balada de novo depois de 84 anos (obg pandemia por tirar minha juventude de mim) e, uau foi incrível. primeiro porque fui com uma amiga muito querida e que dança na mesma frequência que eu, que é: o tempo todo e se mexendo muito haha; segundo porque eu usei uma blusa que esperei ANOS pra usar, comprei no canadá e fiquei esperando fazer a cirurgia pra vestir de novo, maravilhosa.
    ficamos planejando essa balada há quase um mês e desde o início eu pensei em usar a tal blusa (uma manga curta de tule furta-cor), mas me bateu um pouco de medo de usar e sofrer com possível transfobia, mas no fim deu tudo certo, me senti super confortável, dancei horrores, usei minha blusa mostrando a minha cicatriz linda e, foi realmente incrível. dá vontade de comprar um monte de blusa só pra isso hahah.
    único defeito da noite foi não ter tirado foto, o que acontece bastante já que sou uma pessoa idosa que valoriza tanto os momentos que acaba esquecendo que tecnologia tá aí pra isso.

  5. no dia da balada, tava conversando com a Lui (minha amiga da balada) e aí falamos de relacionamentos, monogamia, etc e me lembrei de uma fala dela de muito tempo atrás sobre "a gente buscar parceiros românticos que lembrem os nossos pais" (que sim, tavamos levantando aquelas falas freudianas tão batidas) e naquela hora eu falei "amiga, nadavê" só que aí recentemente me veio umas coisas na cabeça:
    - algumas das coisas que eu procuro em parceires é o cuidado acima da média e gosto leve por controlar e fazer a vez de ser o cérebro do relacionamento e, sabe que isso é bem a vibe da minha mãe mesmo? k k quem diria
    - apesar de ter essas preferências acabou que eu nunca tive um relacionamento em que gostasse mesmo da outra pessoa e/ou tivesse esses quereres respondidos, por isso acabei nunca ligando uma coisa com a outra, mas pois é... tá aí.

  6. outra coisa que acabou surgindo na minha cabeça faz um tempo é uma curiosidade sobre dinâmicas DomxSub, porque a vida me trouxe tantas histórias que traziam isso no enredo que não dava pra ignorar se eu quisesse ler as coisas. 
    uma coisa que acho engraçado em mim é a inclinação de ponderar sobre coisas que em linhas gerais eu tenho um afastamento total, mas tentar ver se algo pode servir pra mim ou não, em especial sobre questões comportamentais/sexuais. 
    já faz mais de ano que eu acompanho uma pessoa nb no instagram pra quem a pressão do bonding é algo que traz conforto e uma relação de estar no mundo que ressoou muito comigo:

    "Pressure is a relational response — an impression (a track) as well as a simultaneous release.
    This is Relational Mapping at heart with distinctive signatures of kinship.
    Saying… “I am here because you are here.”
    “I am because you.”
    “I you”
    “Ayllu“ - kinship ties in Quechua" 
    isso foi uma coisa que me impressionou bastante, porque na hora que eu li sobre essa pessoa, não conseguia transportar isso pra um cenário possível na minha vida, mas ao mesmo tempo sentia que naquela experiência tinha uma verdade minha que eu ainda não conseguia enxergar. hoje eu começo a achar que posso estar começando a enxergar algumas coisas. 

    hoje faz mais de um ano desde que comecei a acompanhar essa pessoa, como falei foram aparecendo algumas histórias que envolviam relações de DxS e fui parar pra considerar as coisas com mais calma. 
    sendo 100% honesto, sempre me pareceu completamente assustador se colocar a disposição de um relacionamento a primeira vista violento e desigual, mas acabei entendendo que na verdade muito disso tem a ver com preferências, sadismo e não dominação e má representação na mídia. 
    comecei a olhar pras coisas que eu queria e, no fim, um posicionamento submisso é sim algo que faz sentido pra mim. eu gosto de controle, rigor e premiação, só nunca encarei as coisas nesse enquadramento de palavras. o que não gosto é de dor e humilhação, mas até aí pra cada um o seu, né? tudo se conversa.
    não acho que isso vá mudar nada na minha vida amorosa, já que minha libido é praticamente inexistente, mas foi um ponto importante de autoconhecimento.

    para além dessa questão, o lance da pressão foi alvo de umas boas horas de foco nas últimas semanas. faz um tempo li que pra pessoas autistas a pressão pode ser útil pra focar, auto-regular e se acalmar. não que seja o meu caso, mas a ideia de aplicar pressão trazer conforto fez muito sentido pra mim, porque o que imagino pra parar com crises é "me envolver num abraço/colo" e esse pensamento vem junto de uma sensação de aperto no tronco e braços que me acalma.
    então sei lá, parece fazer sentido que talvez o apertar seja uma coisa que pode me fazer bem. a partir disso, comecei a procurar por shibari, que é a arte japonesa de amarração e fiquei horas... horasssss pesquisando sobre, até quase comprei um curso online hahah.
    também não acredito que seja o momento pra ver isso com profundidade, até porque minha lista de objetivos esse ano tá enorme, mas foi algo inusitado na minha vida, considerar todas essas coisas. 

  7. mais uma vez, sinto que estou voltando à fase de precisar de precisar de um crush artista. isso aconteceu algumas vezes desde a minha adolescência, acho que é uma forma de direcionar um pouco da minha atenção e tensão romântica pra alguém que está convenientemente longe e inalcançável pra eu poder pensar menos em ações concretas de encontrar pessoas perto. 
    nesse mês, acho que também por conta do encontro com a Nathi ter sido algo que me reconectou com muitas coisas do passado, estou numa fase de retomada de jpop/jrock e com isso um pouco de busca pelo crush artista da vez (eu quase coloquei foto dele ou dele como capa do post, alguém precisa parar os artistas tatuados no japão, por favor). por enquanto nada passa de horas pesquisando e depois nem lembrando o nome, mas é um comportamento que me faz prestar atenção na possível zona de conforto que eu quero entrar, pra não fazer o esforço de conhecer gente de verdade. 
    enfim, é bom fazer terapia pra saber diagnosticar, só preciso do próximo passo que é tratar as coisas hahah

Tem mais coisa, mas já tô caindo de sono e amanhã a vida proletária continua, então fica por aqui.

Sempre bom voltar, tô em casa.

P.s.: FIZ UM ANO DE CIRURGIA NO DOMINGO E NEM ME TOQUEIIIII!!! Ou seja: tive o momento super feliz e gostoso de me sentir incrível na balada na virada do dia pro aniversário da cirurgia, ó que simbólico ❤️

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